Não posso me retratar de toda alma
Se eu me derreto em matéria fria
Se no escuro e no frio o transtorno me acalma
Se em teu leito tua carne me silencia
Se não sou sincero por achar o absurdo
Se eu não sou louco por fugir da realidade
Se não sou ego pra esquecer o meu futuro
Se eu não sou moço pra esquecer a minha vontade
Então não posso me retratar de toda alma
Por que essa alma de todo já não se entrega
Por há um buraco, onde havia o meu retrato
Porque há um vazio no espelho, e não me enxergo
Porque sem sono eu me entrego sempre ao copo
Porque sem medo a morte vem como um sossego
Porque sem dono eu delicio o meu o meu sufoco
Porque há muito já não encontro algum apego
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