quarta-feira, 31 de agosto de 2011

lascivo




  a descoberta é o que me move
é o que me prende a te querer
te tatear o corpo imóvel
te penetrar sem nem te ter

trocar o olhar, sentir sólido
sentir-me nu, ao te ver
te desejar, ao tocar dos olhos
te venerar ao te conhecer

quero ternura quente
emudecer-te lascivo
te desgustar de forma crescente
rosto, lábio
seio, umbigo


quero paixão
quero indescência
quero em teu corpo
sentir que estou vivo

...





to me sentindo tão só
como uma estrela in vitro
como um filme de guerra antigo
como aquele livro que ninguém lê mais

to me sentindo vazio
desocupado de alma
um corpo vagante
espectro de vida
sopro breve
coração!
batida!
sinto medo de acordar

sinto falta de ter ombro
sinto falta de ter sono
mesmo sem me entorpecer

me sinto só comigo mesmo
e não que isto seja um apelo
mas Deus... me falta a tua luz.

preciso muito te encontrar
preciso mt te enxergar
preciso mt existir

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

respeito


Acabaram-se os laços
Alianças faladas
Contratos escritos
Por duas mãos em contato
Pelo misturar da saliva
Pelos olhares diretos

Acabou-se o afeto
A gratidão
O amor concreto

Restou-se o interesse
A vantagem
Restou a enganação
A mediocracia 
A ditadura da vontade

Não existe mais paz
Que se sucede ao apelo
Não existe mais toque
Que não seja lascivo
Não existe amizade
Existe a morte do ágape

A nossa morte em meio a luxúria
Nosso infortúnio
De viver  pelo gozo
De nos trairmos por pó
Pelo desmerecer do outro
Pelo menosprezar de suas precariedades

Existe sim
Em nosso tempo
Nossa vaidade sonora
Nossos caprichos destrutivos
Esquecemos de respeitar o outro
Erramos sempre ao nos dar razão








quarta-feira, 24 de agosto de 2011

não creio


Sentes ou não sentes?
Que tu já andas tão descrente
Que não há amor, e amanhecer

Sentes ou não sentes?
Que só há morte pela frente
Escuridão nesse teu ser

Sentes ou não sentes?
Que não há nada pela frente
Que nada pode florescer

Que nada habita a tua alma
Que tu é pranto, é choro
Gemido

Tua pele é corte
E tua volúpia fria
Tu já não gozas
tu já não adoras
não Amas

Teu coração é um ser dormente
Bombeia sangue e nicotina
Teu cerebelo não é mente
É um ilusão etílica

Teu sofrimento é convulsão
É vício
Já não acreditas que exista algo
Que te faça sorrir pleno

E logo será janeiro
Teu mundo anda desigual
Não irás crer que real
Que haja alguém que te ame
Que exista alguém que ore por ti

O mundo pra ti é não
O mundo pra ti solitude
O mundo pra ti é solidão


......................
não revisei nada, não que fizesse diferença, mas não revisei

quinta-feira, 11 de agosto de 2011




não tenho medo de nada
do banco
da arma
da altura do salto
da fala
me sinto apto a qualquer jornada
faça sol, faça chuva
faça neve, areia , pó


não sinto mesmo que haja algo
em qualquer momento
em qualquer destino
que me faça desistir de sorrir

tenho dentes cravados
tenho pele de aço
tenho voz
não vou fugir

vou enfrentar a minha luta
pois cada um tem sua cruz

perdi o medo de errar
perdi o medo de tentar
vou me entregar de inteiro a luz

sábado, 6 de agosto de 2011

descoberta

Dentre todas as minhas chances
Dentre tudo que eu já pude
Dentre toda a minha bondade
Dentre toda a juventude
Dentre toda minha inocência
Dentre as palavras de desespero
Dentre tudo que é humano
Dentre todo o meu apelo
Espero algo, que seja novo
Espero noites não mais perdidas
Espero tempos, que regrem flores
Espero a primavera,
 o florescer da vida
Espero o hoje com sorriso aberto
Mesmo que singelo
Mesmo que sem força
Espero o tempo, esse relógio interno
Espero, espero, espero
Que talvez já seja hora
Que talvez já tenha posse
De todo lastro e curso
Que talvez já possa andar
Com minhas próprias pernas
Talvez já possa amar
Novas descobertas
Emudecer talvez
Pelo gozar do gosto
Daquele paladar
Que só possui o afeto
Desse desabrochar
Que tem o amor sincero
Desse desanuviar que é duvidar do mundo
Da maldade
Do ódio
De tudo!
E aprender a ser feliz pra sempre


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

era pra ser uma música, mas eu nunca terminei....

O homem afoga o Mar
e o Mar entulha o homem
Você sufoca o Ar
E o Ar vem te consome
Você quer se encontrar
E perde o tempo, o agora
Você não quer parar
E o tempo te devora
Você é feliz
Ou talvez não
Você que fugir
Uma razão
Você ta vazio
Você quer ar
O Ar tá frio
Você quer cansar
................................
Tem gente que morre e nasce sem sentir o  pé no chão...
Tem gente que cega e enxerga sem ter visto o tempo passar
Tem gente que acusa o tempo
Tem gente que acusa a dor
Tem gente pra quem é fim dos tempos
Tem que gente que nem começou...
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 O homem quer chorar
E o choro alegra o homem
Você quer acordar
Mas você nunca dorme
Você não quer mudar
Mas tudo te transforma
Não quer desagradar
Mas erra toda hora
Você é feliz
Ou talvez não
Você quer fingir
Uma ilusão
Você sorri
Quer transformar
Desiludiu
Quer descansar
.......................................
Tem gente que anda o mundo sem tocar os pés no chão
Tem gente que passa a vida sem ter qualquer razão
Tem gente que se afunda, se arrasta, se ao menos se arranhar
Tem gente teme a morte
Tem quem não mal pode esperar
Tem gente que aos poucos se move
Há tempos que eu quero parar ...
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