ser - ia

Você seria um par se fossemos

Você seria foz se sede

Você seria  andar se corro

Você seria pai se exemplo

Você seria azar se jogo

Talvez recomeçar se tempo

Você seria voz, socorro

Você seria paz, silêncio

Você seria ar se morro

Você seria amor se afeto

Você seria até sufoco

Você seria a dor Se entrego

Bastou-se em sucumbir ao gozo

Bastou aquele olhar fraterno

Bastou o seu sorriso em torno

De tudo aquilo que é sincero

Você seria o mar , revolto

Você seria o cais se vento

Talvez se me levasse em conta

Faria do sorrir eterno

E ainda que o sonhar importe

Mesmo que seja com o amor, que é cego

vamos viver o faz de conta

e praticar o que é certo...

corredor

É torto o fato ao corte seco

Completo de nada e virado ao avesso

Desnudo das carnes, entranhas sombrias

Estada vazia, no ventre e na alma

As órbitas fixas, presas a luz e ao sono

Cintilando uma gota a cada passo sonoro

Rumo ao mesmo horizonte, onde nasce, onde morre

Esvaziando o cansaço, pela dor,pelo sonho

Despede-se então, com um risco de gume

Limpa-se então em filete de sangue

Unta- se então, de solidão e de morte

Entrega-se então, ao que é Deus

E ao que é Sorte...